Como a hipertensão é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, é fundamental que você tenha o controle dos níveis da sua pressão arterial (PA) mesmo que não seja diagnosticado com a doença. Caso você possua o diagnóstico e esteja seguindo um tratamento, esse monitoramento é ainda mais necessário para que seja possível evitar os riscos associados ao quadro.
“A Pressão Arterial por ser uma doença silenciosa, estima-se que apenas metade dos hipertensos tenham ciência do seu diagnóstico, porque nunca realizaram a simples aferição da PA. Nos pacientes sabidamente hipertensos, em tratamento, convém ao menos uma medida mensal para averiguar se a dose dos medicamentos está adequada”, explica o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho.
Segundo o médico, a checagem da pressão arterial em crianças deve ser feita pelo menos uma vez até a adolescência; nos adultos de até 30 anos, a cada intervalo de 2 a 4 anos; e em adultos acima de 30 anos, pelo menos uma vez ao ano. “Às vezes, o médico pode solicitar medidas mais frequentes, diariamente ou duas vezes por dia, nos dias que antecedem o retorno à consulta. Isso serve para avaliar melhor a eficácia da dose dos medicamentos, principalmente no início do tratamento”.
Ao contrário do que você pode pensar, os níveis pressóricos não são constantes. Há uma variação normal ao longo do dia, dependendo do seu estado (sono, repouso ou exercício físico). “Durante o sono a pressão sistólica pode chegar a 90 ou 100mmHg. Por outro lado, durante uma corrida a pressão arterial sistólica pode alcançar os 180mmHg. Acontece tanto em pessoas hipertensas como nas não hipertensas”.
O problema fica por conta da elevação sustentada dos níveis pressóricos (acima de 140x90mmHg) nos momentos em que você está em repouso. Quando isso ocorre, estabelece-se o diagnóstico de hipertensão arterial e a necessidade de tratamento. “Cronicamente, isso pode levar a uma série de doenças cardiovasculares, como infarto, derrame, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, demência, cegueira etc”.